Há exatos seis meses – em 21 de março – a Epagri deu início à transição para a atual Diretoria Executiva com a aprovação, pelo Conselho de Administração, do nome do extensionista rural Dirceu Leite para presidente e no mês seguinte dos demais diretores. Os novos gestores buscaram uma transição tranquila, alinhada com os que deixavam o cargo, com vistas a manter as ações com resultados positivos e mudar as que eram necessárias, levando em consideração a experiência do grupo anterior.
“Todos os envolvidos tiveram oportunidade de colocar suas opiniões”, frisa o presidente. Outro fator importante no processo de transição entre os gestores foi a presença do diretor de Desenvolvimento Institucional, Célio Haverroth, visto que o mandato da DDI perpassa as duas gestões – teve início em 2022 e permanece até 2025.
Foco nas pessoas
O presidente ressalta que o fato de todos os membros da Diretoria serem funcionários de carreira faz com que o grupo tenha um olhar diferenciado sobre a Empresa e se preocupe com o clima organizacional. “As pessoas são o maior patrimônio da Epagri”, admite. E é com o foco nos empregados que a Diretoria norteia suas ações e busca uma gestão mais próxima das unidades descentralizadas. “Criamos um canal direto de comunicação entre a Diretoria e os dirigentes, que representam os empregados”, revela Dirceu.
O diretor Gustavo Gimi Santos Claudino também enaltece a presença da Diretora nas unidades. “No enfrentamento das grandes demandas, queremos estar juntos das gerências regionais e dos escritórios municipais. Queremos conhecer os problemas enfrentados pelos nossos colegas e juntos buscarmos soluções, bem como acompanhar a execução das atividades e comemorar os resultados. Para isso temos nos deslocado para todas as regiões e trazendo as demandas para as reuniões semanais da Diretoria”, afirma.
Agilidade na assinatura do Acordo Coletivo
A atual gestão assumiu exatamente no período das negociações trabalhistas e priorizou esta pauta. A data-base da categoria é em maio e o Acordo Coletivo foi assinado em julho com a aprovação do índice de 3,83% nos salários, vale-refeição e auxílio-creche, baseado na inflação e de forma retroativa. “Entendemos que as negociações foram positivas e reconheceram o trabalho exercido pela Empresa por todo o Estado, respeitando o Programa de Ajuste Fiscal (Pafisc) aprovado pelo Governo do Estado, que impede reajuste salarial para o funcionalismo até maio de 2024”, argumenta o presidente.
Administração e Finanças: gestão de pessoas modernizada e mais de 100 processos licitatórios em seis meses
Na área administrativa-financeira, a diretora Fabrícia Hoffmann Maria destaca que nesses seis meses foram realizados 71 processos licitatórios (iniciados e concluídos) e que 34 estão em andamento. Essas licitações contam com o apoio de todas as unidades na construção dos processo e buscam a viabilização das atividades fins da Empresa: investimentos, aquisição de tratores e outros maquinários, contratação de terceirizados, aquisição de veículos para renovação da frota, compra de equipamentos de informática e notebooks para maior mobilidade na execução das atividades, aquisição de gêneros alimentícios para os Centros de Treinamento, entre outros.
Fabrícia também pontua que está em fase de adequação o módulo de Prestação de Contas do sistema SAFI para implantação do projeto-piloto para uso do Cartão Corporativo pelas unidades, visando facilitar e agilizar o pagamento de despesas não planejáveis e de urgência ou emergência.
Dentre outras ações relacionadas à área administrativa da Epagri, a diretora cita o sistema de controle de ponto eletrônico, que já estava contratado e foi implantado em toda a Empresa no início de setembro, propiciando a modernização e a flexibilização do registro de controle da frequência.
Na busca de aperfeiçoamento profissional, Fabrícia também coloca que está trabalhando em conjunto com o Departamento Estadual de Gestão de Pessoas na elaboração de um programa de capacitação interna continuada para os gestores e empregados. “Além disso, a Diretoria também tem buscado autorização para contratação dos aprovados no concurso ativo, priorizando as vagas destinadas às pessoas com deficiência (PCDs)”, diz ela.
Pesquisa: Investimento histórico com recursos próprios
Em junho a atual Diretoria Executiva pleiteou e conseguiu, junto ao Governo do Estado, R$10 milhões para custeio e investimento para a pesquisa. “Com isso vamos gerar mais conhecimento e trazer mais soluções tecnológicas para o agronegócio, gerando melhoria da renda e da qualidade de vida do produtor catarinense”, aponta o diretor Reney Dorow.
Além dos recursos viabilizados pelo Tesouro, a gestão atual também destinou R$8 milhões de recursos próprios, totalizando R$18 milhões, potencializando as ações da pesquisa para aplicação até o final do ano. Reney comemora o maior investimento da história da Epagri na pesquisa. “As aquisições vão desde insumos, equipamentos a reformas de nossas unidades”, diz ele.
Extensão rural e pesqueira: aumento das cotas financeiras para a área
Em sua pasta, o diretor Gustavo destaca a política de elevação das cotas para as Gerências Regionais e os Centros de Treinamento. Essa ação da Diretoria Executiva possibilita que o gestor planeje o ano de sua unidade levando em conta os recursos disponibilizados, que podem ser utilizados para custeio como também em prospecção de investimentos.
“Quando elevamos a política de cotas, depositamos confiança no dirigente para que ele faça a melhor gestão do recurso. Até então, entendemos que esse valor a mais, que anteriormente ficava na Sede, tem aplicação mais assertiva quando feita pela unidade que trouxe a receita para a Empresa”, alega o diretor.
Ele também menciona que, atendendo a proposição da Epagri/Cepa, as Diretorias de Extensão e Financeira instituíram cotas para os agentes de mercado, para que esses profissionais executem as ações com autonomia quando há necessidade de deslocamento para a execução das atividades.
Ainda com relação aos Centros de Treinamento, uma ação em andamento é a discussão para qualificação do plano de gestão da unidade, contemplando todas as informações necessárias para o conhecimento pleno da unidade, proporcionando as prospecções de melhorias, definições de focos e investimentos, entre outros. “Esse é um documento que orienta o gestor atual e os próximos, bem como permite que a Diretoria acompanhe se a cota disponibilizada está de acordo com o plano de gestão”, explica Gustavo.
O diretor também faz questão de destacar a garantia da continuidade do trabalho de formação de jovens e mulheres rurais para os próximos quatro anos, projeto que é executado nos Centros de Treinamento. “Isso será possível pela descentralização de recursos do Fundo de Desenvolvimento Rural da Secretaria de Estado da Agricultura para a Epagri, que tem garantido o montante de R$8,5 milhões até 2026. Até agosto de 2023 já recebemos R$2,1 milhões”, relata.
Também está na pauta das diretorias de Pesquisa e de Extensão uma nova edição do SC Rural. Para isso, a Epagri estruturou um grupo técnico para atuar em conjunto com a Secretaria de Agricultura na redação da carta consulta do novo SC Rural. “O documento já está com a Secretaria para que outras instituições possam colaborar e aí sim ser apresentado ao Banco Mundial”, revela o diretor de extensão.
Outra ação em andamento pela extensão é aproximação desta área em todo o Estado com os centros especializados, através de uma maior adesão aos serviços oferecidos por essas unidades. Dentre eles Gustavo cita as ferramentas disponibilizadas pela Epagri/Cepa – levantamento de perdas, Infoagro, Observatório Agro Catarinense e Diário de Campo -, e as da Epagri/Ciram – previsão do tempo, monitoramento dos rios e do mar, Agroconnect, entre outras.
Segundo Gustavo, a intenção é que os técnicos tenham em seu protocolo de ações cotidianas a utilização das metodologias de extensão e as ferramentas que a Empresa disponibiliza através dos seus centros especializados, pois são importantes para subsidiar as decisões técnicas no meio rural e pesqueiro.
Desenvolvimento Institucional: Plano Diretor participativo
A extensionista Dulcineia Cenci, que durante o mês de setembro está ocupando a Diretoria de Desenvolvimento Institucional em substituição ao titular Célio, destaca a revisão do Plano Diretor como uma importante ação da pasta. “O documento será atualizado com a participação dos empregados, que levaram suas contribuições nas oficinas promovidas em todo o Estado”, esclarece.
Este documento contém a visão de futuro da Empresa, a missão, objetivos e resultados esperados. O Plano Diretor atual foi aprovado em 2018. Neste momento, as sugestões levadas para as reuniões estão sendo sistematizadas para compor o relatório que vai servir para revisão do Plano Diretor e orientar a atuação dos gestores daqui pra frente.
Outros desafios aos novos diretores
Além das conquistas alcançadas, os novos diretores possuem outros desafios para a gestão. Na extensão, um deles diz respeito à implementação de sistemas mais amigáveis para os extensionistas, para que o trabalho administrativo seja otimizado. Na pesquisa, a Diretoria foi instigada a promover maior cooperação entre as unidades, além de consolidar o planejamento das estações experimentais, com ajuste na definição dos focos de pesquisa. “Tudo isso vai melhorar os processos e deixar o trabalho mais fluido”, assegura o presidente Dirceu.